segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Nutrição estética - Reunião de Organização: 02/02/2015

Poema de Varal

Por muito tempo desejei eu
fazer um poema de corda de varal
Para estender as palavras ao vento
e para que elas secassem embaixo do sol do meu quintal.

Mas minhas palavras não podem ser lavadas
Não secam facilmente e nunca estão dependuradas.
Minhas palavras são, assim, solteiras, independentes
ganham vida por muitos outros dentes
Ganham tino cada vez que lidas pelos olhos curiosos de poetas
(contentes)

Um dia quis fazer um poema de varal
Mas eu não tinha mais corda
Eu não tinha mais rima...

Nada me amarrava
e nada segurava as palavras que fervilhavam
sozinhas  e doidas em minha vida.
Vagavam nos olhos da escritora cega.


Minhas palavras têm asas.
Minhas asas são textos complexos.
Sou poesia lavada dentro da miséria humana
Cheirando ao sal do sol
Embebida em amor e vinho.


Carolina Morais


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